terça-feira, 7 de julho de 2009

Andaaaaaaaaaaaaaaaaaar




Quando preciso chegar em qualquer canto, eu ando.
Se preciso pensar um pouco no que fazer, eu ando.
Sou muito anciosa e para me acalmar, eu ando.
Mesmo que eu fique triste, para me alegrar, eu ando.
Chegando ao ponto de não saber aonde ir, eu ando.

Andar, para mim é muito mais do que um ato físico, é uma forma de conhecer o mundo e prinipalmente de se auto-conhecer.
Você vê muito mais que um caminho à percorrer, vê as pequenas sutilezas do universo ao seu redor, enxerga tantas coisas que jamais repararia parada, pois a paisagem, principalmente urbana nos confunde com excesso de informações, mas quando se está andando você vê o essencial, aquilo que faz a diferença.



Ninguém consegue andar sem perceber a posição do Sol e da sombra, da Lua e as estrelas à sua volta. Os sons que cada lugar tem, as músicas dos rádios nas lojas, casas, carros e celulares. As pessoas que andam cheias de acessórios, mas sem vontade de viver. Todas as cores possíveis e o cheiros fétidos ou sublimes, cada lugar com o seu.

O pior você vê o que quase ninguém vê quando se fecha em latas ou simplesmente corre, a imensa injustiça que vivemos. Nem as almas que se perdem no desencanto de tentar ser apenas humano, perdendo sua identidade, tornando-se um aglomerado de seres nivelados pela miséria.



Mas você vê encontros, reencontros e desencontros. Pessoas se admirando vendo cada centímetro de cada um numa fração de um cruzar de olhares. Você reconhece em si um pouco de cada lugar, animal, cheiro, música e comportamento. Tudo o que nos torna humanos.

Eu escolho sempre que posso, ANDAR!



Francine Alsleben Cegantini

escrito depois de um dia andando atrás do futuro.


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