segunda-feira, 5 de julho de 2010

Um pouco do que resta.

Posso me perder em maiores pensamentos, mas não quero perder muito tempo com o que não pode ser real. Poderia viver minha vida simples, sem indagações... Mas que graça teria?

Não vou julgar o que minha mente fez do meu coração, nem me auto-flagelar por tudo o que simplesmente não está sob meu controle.

Se sou pedra, ainda tenho meus momentos de humana. É nestes que algumas pessoas mudam minha forma de pensar e agir. Porém também são estes instantes que me transformam novamente em pedra.

Perdi tudo o que podia ou merecia perder, agora é hora de voltar para a luta.

Minha mente segue, inquieta, meio transtornada, mas com a certeza de ter aprendido algo nestes últimos tempos.

E para desfecho deste post relampago, segue algo bonitinho que escrevi, nesta vida insana que me leva.

Letras sem Poesia

Se todo dia tivesse uma poesia
Pouco me restaria de dores
Em letras transformaria amores
Sem métrica e sem rima
Nem tampouco a ortografia
Os sentimentos em ebulição
Muito que viver e escrever
Em nossas digitais, linhas tortas
Palavras se espalhando por aí
Para quê recordar o sofrer?
Se caminhar à solta no mundo
Já é mais que se aventurar
É antes de tudo, degustar
Este sabor agridoce das manhãs
e o amargo salgado das noites
Sigo impregnada de frases
Versos desconexos em mim
Correndo como sangue nas veias
Vagando neste corpo em torpor
Passando as horas assim
Na pressa de um lápis
Permanente como tinta
Nestas folhas amarelas e grossas
Deste interminável Livro da Vida.

Francine Alsleben Cegantini

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